sexta-feira, 4 de abril de 2008

Afinal, quem são os adventistas?

"Não confinem a espiritualidade aos bancos da igreja", disse o presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, pastor Jan Paulsen, em seus comentários a um grupo de líderes denominacionais, com o objetivo de inspirar mais envolvimento comunitário consciente por parte dos adventistas. "A conduta dos fiéis dentro da comunidade é uma "confirmação ou negação de nossa fé", declarou Paulsen, acrescentando que "o silêncio pode ser uma falha tanto quanto falar palavras errôneas". Dirigindo-se aos membros do Concílio de Evangelismo e Testemunho, reunidos na sede mundial da Igreja, próximo a Washington, D.C., Paulsen declarou que a fé adventista não deveria existir somente nos livros ou nos arquivos da Igreja. "A fé que possuímos não é mais bem explicada por acadêmicos ou teólogos. Nossa fé encontra sua maior expressão nas palavras e ações diárias dos adventistas, em suas comunidades", disse Paulsen.

Paulsen fez referência também a uma pergunta fundamental: "Quem são vocês adventistas, afinal de contas?" – indagou-lhe um repórter em recente entrevista pela TV Bloomberg. Paulsen declarou que os adventistas precisam preencher essa lacuna [de não serem conhecidos] sendo "vistos e ouvidos. Desejamos que o público nos conheça", disse.

"Há momentos em que se deve dar um passo atrás e considerar como a sua vida é percebida aos olhos de alguém que não compartilha a sua fé", disse Paulsen. "Como você deseja ser visto pelas pessoas?", perguntou, sugerindo várias características que os adventistas deveriam demonstrar, entre elas, a compaixão, a tolerância, o respeito e a generosidade.

Os adventistas deveriam ser conhecidos como "batalhadores da liberdade", disse Paulsen, "não do tipo violento, e sim como aqueles que trabalham não somente pelas pessoas que compartilham nosso ponto de vista, mas por todos, a despeito de suas crenças". Paulsen citou os esforços da Igreja para promover a liberdade religiosa em todo o mundo, e acrescentou: "Desejo que o público pense nos adventistas como os mais fortes defensores da liberdade – liberdade de pensar, liberdade para manter convicções e liberdade de comunicá-las."

A respeito das convicções mantidas pelos adventistas, Paulsen declarou que o compromisso da Igreja para com a educação e o viver saudável são as duas formas pelas quais os adventistas podem influenciar a esfera pública oferecendo algo relevante, e não algo que cause divisões.

Durante a discussão que se seguiu aos comentários de Paulsen, outros líderes da Igreja fizeram observações semelhantes. "Houve épocas no passado em que a única ocasião em que o público nos via era quando estávamos pedindo donativos ou tentando convertê-los", disse o diretor de Missão Adventista, Gary Krause. "Penso que devemos ter sempre essa ambição de levar as pessoas a Jesus. A menos, porém, que as pessoas vejam que nos preocupamos com elas, mesmo que jamais se tornem adventistas, nunca seremos vistos como uma Igreja que revela esse interesse pelas pessoas."

"As pessoas estão mais preocupadas com quem nós somos do que com o que dizemos que somos", acrescentou Handysides em seus comentários a respeito do papel da saúde nos trabalhos evangelísticos da Igreja. "O evangelismo permite que vejam somente o que desejamos que vejam. No entanto, o testemunho, quer gostemos ou não, permite que vejam quem realmente nós somos."

"As pessoas deveriam ver os adventistas como pacifistas, e não como pessoas que se esquivam em defender os direitos dos outros", comentou Paulsen, observando o problema da Igreja em não reagir ao genocídio de Ruanda. "O silêncio em face do mal é cumplicidade com o que há de errado", disse. "Falemos do púlpito e mostremos, por nossas ações, que nos opomos a qualquer coisa que instile o ódio ou inflame a violência."

Paulsen fez então um apelo aos líderes da Igreja, em particular, para "evitarem contaminar a Igreja" tanto quanto possível com o "aroma da política partidária". Os adventistas devem ser "pessoas de integridade" numa época em que a "corrupção de todos os tipos domina as manchetes dos noticiários".

"Desejo que os adventistas sejam conhecidos como pessoas honestas, que ensinam e praticam a moralidade; pessoas com os mais elevados padrões éticos, pessoas que falam contra a ambição e contra atitudes egoístas que causam tanto mal à sociedade", finalizou.

fonte: site michelsonborges.com

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